O VENENO DE UM OLHAR
De qual veneno hás de possuir
Nesses teus olhos que matam-me de amor?
Fitar o teu olhar não consegui...
Em um trêmulo penar, mudei de cor...
Que espada tens aos olhos tão agudas
Que aos meus olhos me feriram tanto?
Fiquei aos braços da infeliz ajuda
Que mal podia enxugar-me o pranto...
Eu vejo o teu olhar, tanto eu padeço,
E ainda assim eu volto te buscar
Sou aquelas aves que pagam o preço
De voltarem à fonte pra sede saciar.
E é assim que volto no teu endereço
Por esse amor, movido, que quer me matar.