Abrolhos Abruptos
Sabe espelho, eu não sou mais um menino
Mas ainda erro como se fosse
Eu não consigo ser forte pro meu caminho
Minha vida não é doce...
O sol não me anima pra tentar outra vez
Eu não quero outro vinho
E pouco importa o que dizem as leis
Sou um barco navegando sozinho
Andorinha que se perdeu do bando
Ovelha desgarrada
Assando em fogo brando
Esperando não dar em nada
Riscado de facas caminha o amor
Manco, golpeado, ferido de morte
Mais do que nunca associado à dor
Padece além dos montes
Lágrimas salgadas
Doce dor
Pétalas arrancadas
Da rosa do amor
Navego perplexo por elas
Possivelmente te encontraria já que estás em tudo
Mas sempre, em colisão recolho as velas
Nesses Abrolhos Abruptos
Um punhal, um cálice e uma vela
Nas bordas da taça teu batom
A lua aparece na janela
Fechando o cerco da emoção
E eu sou levado pelo tempo
Três anos mais tarde
A reacender sem nenhum alento
A brasa do amor que ainda arde..
Ferida e sem coragem...