Pureza Imortal
Pálpebras levitantes
Num olhar distante
Penetra na alma errante
De um poeta amante
Quem brinca
Mais de meia noite?
Gente seria
Às quatro e meia
Um moletom
Uma blusa extravagante
E suas meias
Sente-se sozinho?
Já tentou fazer poesia?
Já tentou olhar pro céu,
Agradecer por mais um dia?
Já tentou olhar além
De um pensamento de trem
Que segue um ao outro
E nunca se desvia?
Já tentou fazer poesia?
Pálpebras levitantes
Num olhar distante
Penetra na alma errante
De um poeta amante
Ainda a memória
Me trás doce lembrança
Tão fatigante
De um olhar distante e penetrante
De um sorriso real
De um jeito eternamente jovial
Onde o mal
...Não encosta...
Em pureza imortal
Ainda posso vê-la
Numa foto que guardei
Mas te ver me faz sofrer
Então não abro minha gaveta
Mas te ver é só existir
Que logo em mim,
Em minha cabeça
Vem sua face
A parte
Perdida no espaço sideral
Que encontrei a tua pureza imortal
Que não vem do corpo
Nem rosto
Vem de ti
Só de ti
Puramente imortal pra mim