Para as mães que já se foram!
Procuro em tuas lembranças
Um sopro de serenidade para
amenizar as velas revoltas das minhas aflições.
Tua ausência me abriu um vazio no peito
e a terra tremendo sumiu sob os meus descalços pés
Vi-me, de repente, um adulto desfeito, transformado em uma pobre criança sem ilusões.
Como suportar a dor que a tua falta me faz?
Como encarar a triste realidade de ouvir a tua terna voz repetidas vezes ecoando em meu em meu cérebro se nunca mais a tua imagem marcará minhas pálidas retinas?
Tenho a mesma sensação de perda que tem os amputados, mas acho que extirparam a minha própria alma.
Oh! dor dos desconsolados!
Oh! agonia dos irremediados!
Devo seguir em frente, sempre de cabeça erguida,
Sem nunca ter que olhar para trás!
Este foi o oriente que me deste em vida
Estas palavras de motivação...
Mas, oh! mãe, se meus olhos e pés caminham
Na direção de uma vida vã
Por que meu coração teima em voltar ao passado
Para ficar mais um pouquinho ao teu lado
Na saudosa ternura de uma eterna manhã?