O AMOR E O TEMPORAL ( Há sempre um cataclisma na alma de quem sofre por amor) - Retrô

Sinto o céu do meu ser coberto por nuvens carregadas;

Não enxergo um minúsculo feixe de luz solar;

O chão de todos os meus sonhos estremece ao som de trovoadas;

E carregam as impetuosas enxurradas, os castelos que pude edificar!

Como ébrio sem destino, fujo de mim mesmo sob o forte temporal;

Sinto as gotas gélidas apagando as chamas de minhas ilusões;

Caio nas sarjetas encharcadas, que me cegam dos valores, da moral;

E me permito arrastar nas torrentes, sem alvos e sem concepções!

Sou agora inverno rigoroso, refém de incessantes inundações;

Não ficaram de pé as paredes de tudo que nos prometemos;

E sob escombros, tento salvar os últimos pedaços de minhas emoções;

Tentando afastar a densa chuva, ao relembrar tudo que vivemos!

Agora nada mais posso fazer, pois chove lá fora e aqui dentro também;

Foram-se o sol e a primavera, de mãos dadas com quem tanto me iluminou;

Me disse adeus, ao temporal me lançou, quem um dia me fez bem;

E um mar de lágrimas desiludidas, foi tudo de si que me restou!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 25/04/2009
Código do texto: T1559430
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