Como direi «Amo a fartar...?»
Como direi «Amo a fartar meu amor
»nas praias desertas do teu carinho,
»nos ares sem o vencimento das tuas nuvens,
»na superfície brilhante do teu espelho congelado...»?
Como direi com palavras em vaivém,
comunicando o desejo e os beijos no vazio,
nas alegrias das verdades abraçadas e nas noites
das mentiras do gozo, do prazer, da volúpia incendiada?
Acho, penso, opino, parece-me...
Talvez todos alberguemos o segredo
do coração sumido nas dúvidas ou talvez
mergulhado nas águas do Letes frígido, morto,
a ecoar paixões nunca fenecidas, sempre nascentes:
São as paixões que procuram paixão e certezas no amor!
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NOTA.- Suscitou-me este meio poema o comentário da Poeta Galega enviado em 23/04/2009, às 18: 16 horas para o texto: «O amor não farta...» (T1555422). Diz Poeta Galega:
«Eu... acho que sim... o amor deve ser retribuído, se não fica em doidice... o amor é comunicação, o amor é o contrário do autismo... Amar sem ser amado não é amar de verdade... também não é de mentira mas... não, não é amar... É como falar para o espelho, não é exatamente uma conversa... um monólogo não é um diálogo... não há amor sem amado-amante, não há pássaro sem céu, não há praia sem mar... Não podemos amar se não somos amados... Ou será que estou a ver que não posso mais amar sem ser amada...»