Arrependimento

A boca está calada,
mas na garganta ecoa
um grito de dor.

Um incômodo nó,
uma pontiaguda dor
ferindo o indefeso coração.

Desmantela-se um fino fio
que separava a tristeza
da felicidade.

A brutalidade impulsiva
vitima a delicadeza,
uma flor despetalada.

Descontrole emocional
subjugando a razão,
o olhar que se dirige ao chão.

Ali nada tem,
senão o constrangimento
e a vergonha pela impulsividade.

Os belos sonhos
confessados ao onírico horizonte
estão abandonados.

E no momento
que se enche de solidão,
um murmúrio lamenta por si.

Vai-se pela janela,
como pássaro fugitivo,
toda a graça e a inspiração.

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 22/04/2009
Reeditado em 08/07/2009
Código do texto: T1554075
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