UMA PÉROLA NEGRA
Balbuciavas
Aos toques sutis dos meus apelos.
E ao silente pentear dos teus cabelos
Ouvia a tua voz...
Falavas...
E a lampa iluminando os seios nus
Que despontavam entre os lençóis na frouxa luz
Daquele quarto a sós...
Eram negros os seios na penumbra
Que aos olhos do poeta ali deslumbram
Qual doce arrebol...
E negros os teus lhos em um negro olhar,
E tenro e belo o corpo a despontar
No fino beibidol...
E eu fitava o amor em teu semblante,
E eram os teus olhos dois diamantes
Qual rutilante estrela...
E eras a mais bela criatura...
E a mais sublime flor e a mais pura
Que um homem pode ter.