PORQUE HÁ DE SER ASSIM?

Despojamo-nos dos preconceitos.

Sem uma palavra sequer,

ávida de desejo, te pusestes despida.

Despida, perante minha incredulidade.

Lentamente, com altivez, tu te aproximastes.

Teus seios, sepulcro de desejos,

palpitavam por carícias.

E eu, incrédulo, suguei o mel da paixão,

mergulhei em teu corpo divino.

Nos minutos decorrentes,

minhas mãos frementes,

percorriam teu dorso.

Fiz chegar o total, o fim.

Nasceu então, em minha vida, a primeira incerteza.

Fiquei calado,

ficastes calada.

Não eras meu motivo,

minha mulher amada.

Fostes insensatamente uma paixão, um desejo.

Um motivo para uma só noite,

um só beijo.

E eu, bem sei, fui em uma só noite,

em um só beijo,

todo o motivo da tua existência.