Esquinas do Destino


Disposto a assumir o destino de vendaval,
quis erguer-me a desprezar tua suave brisa.
Mas vazio fiquei,
não vendo beleza ou graça
na minha velha sina de estúpido guerreiro.
E a felicidade me visitou
ao escutar que por minha árida estrada
andavam teus suaves passos.
E toda minha ira e impetuosa vingança
se fizeram inúteis ante a força
de tua misericórdia e teu perdão.
E alma que existia em mim
se fez maior que o homem.
Liberto de meu orgulho e vaidade,
já não me obstinava,
mas perseverava em muito querer-te,
almejando te encontrar.
Percebendo que pelas muitas ruas
que representam o destino
existem inúmeras esquinas,
e nestas, não conseguia
desejar presença senão a tua.
Perseverante, busquei a chave
de teu olhar.
E enquanto te busquei,
confesso minha angústia.
Descobri que também me procuravas,
e não me encontravas.
Haveria nisso uma hora marcada que,
se sabíamos, havíamos esquecido.
Hoje nos reconhecemos
nesse esperado encontro dos nossos olhares.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 20/04/2009
Reeditado em 27/05/2009
Código do texto: T1550245
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