Poema 0688 - Amor da cidade grande

Caminhando sigo o sol ao longo do dia esperando a lua,

navego entre carros que me ultrapassam sem parar,

respiro fundo a fumaça que vem dos cigarros brancos,

deixei de ser pirata quando almocei de pé numa esquina,

as ondas da saudade são fortes quando cai à tarde.

Temo perde-la depois da última sessão de cinema,

marcou com seu beijo quando o carinho riscou a pele,

correu as unhas vermelhas pelo meu rosto assustado,

subi as escadas de uma felicidade que brindamos,

foi com um champagne barato depois do café da manhã.

Poderia gritar por socorro quando me misturei com você,

fiquei com a sensação que tudo era para sempre,

vem trair o frio fazendo nossa paixão pegar fogo,

vamos nos lamber como se fossemos potes de mel,

dizer palavras desarrumadas que nos façam felizes.

Diz que vai embora, me engane e volte pra cama,

não vou pedir nada, quero invadir sem aviso,

vamos fazer inferno neste céu que construímos,

deixa o juízo preso atrás da porta do armário de roupas,

quando gritar, o amor vai correr do peito até sexo.

Preciso me entregar, tomar dos seus beijos, lamber a nuca,

seja indiscreta, joga sua roupa por aí em qualquer lugar,

deixa que faça ser sublime com muitas luzes de néon,

quero seu cotidiano atrapalhado e misturado ao meu,

vem descobrir que sou o amor e que te faz feliz.

12/05/2006

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 12/05/2006
Reeditado em 14/05/2006
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