Canções de Amor...
Canções de Amor...
I.
Pássaro canoro de olhos tristes,
Alegra teus olhos com o meu amor sem fim!...
Sorri em tua eterna juventude,
Pois quero ver-te alegre e sempre assim...
Nem que para isso eu me recolha
Ao silêncio da noite do Sem Fim,
Mas sorri, amor da minha vida!
Sê feliz!... Quero-te assim...
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II.
Olhos que eu amei desde criança
Onde estão?...
Retalhos de uma vida costurados,
Aonde vão?...
Parecem pipas voando com o vento
Com cauda longa, colorida e cintilante
Rebordada de lantejoulas prateadas,
Que refletem, queimando à luz do sol...
- Hoje eu lembro: um dia,
Eu soltei o cordão...
E lá se foram as estrelas dos teus olhos,
E não os tive nunca mais em minha mão...
Em vão também guardei velhos retalhos...
Mas, eis que hoje, olhando o céu,
Vejo ao longe, cintilar, um colorido,
Que não me é desconhecido...
E vem vindo na minha direção...
E, se vieres, podes ter certeza:
- Jamais soltarei o teu cordão...
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III.
Pensa Amor da minha vida:
Pensa, a dor muito sentida,
Não vale sofrê-la nunca mais...
Há pouco tempo para frente,
Talvez meu coração não muito agüente!
Não sofre!... Vem! E nos amemos mais!...
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IV.
Quando te vejo em verde – vejo-te, amor, em Paz...
Quando te vejo em vermelho – sinto o fogo da paixão
Que nos consome... E nem o tempo desfa...
Mas quando te vejo em negro,
Com olhos tristes e perdidos,
Escondendo atroz segredo,
Sofrendo por dias vividos,
Quero pintar-te de Arco-Íris
E ir para onde tu fores
Pois de nada me vale a vida
Se não tiver teus amores...
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V.
Mansamente rola a lágrima...
Saudade: ontem te vi
E teu carinho gostoso
Elevou-me até o céu...
E muitas vidas senti
Vibrando dentro de mim,
Como uma eterna canção...
Hoje te fazes silêncio...
E eu estou aqui...
Foi sonho?... Foi realidade?...
Quantas vidas eu vivi?...
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VI.
Como os sonhos antigos nos perseguem...
Eles são vivos, fortes, são reais.
São vidas da nossa vida
E nos envolvem demais...
São feitos todos de instantes,
De um rosto que me é constante,
Lembrança sempre presente,
Presença que se pressente
E que sempre se quer mais!...
E a lágrima teima e rola
Pois nossas mãos são vazias
Pois não souberam reter
Os instantes já vividos
Que foram nosso prazer...
- E aqui estou eu, meu amor,
A pensar em ti outra vez...
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