DERRAPAGEM
Em minha cama, tu derrapas
violando condutas. E escapas,
bem a léguas do teu aposento...
Por entre as brisas e o vento,
tu vens percorrendo as veredas,
dominando a pele e o pensamento.
Sem pejo, teu desejo me alucina.
Tu dominas.
Tuas pernas e teus braços
me enlaçam em descompasso,
entre os beijos e meus abraços.
Eu me desintegro... me entrego
... te acompanho ... te sigo
num vai/vem indizível.
Meu corpo te recebe e freme,
treme/geme - fica cego.
Eu já não mais respiro
e, até o último suspiro,
sem nenhum socorro
(próximo ou possível)
- junto a ti, eu morro.
Silvia Regina Costa Lima
23 de março de 2009