O SILÊNCIO DO QUE PERDEMOS

Dorme minha alma de menino

no silêncio do mundo

sobre o balanço das nuvens alegres.

A cortina do horizonte está transparente,

viajo ao seu encontro

na vastidão do encanto.

Sonho com tudo que amo

seguindo a própria vida.

O destino planejado e traçado

vaza sem nenhuma medida,

dentro do olho cego da paixão

e da vida volátil,

como as coisas que perdi.

O varal da noite

balança os sentimentos

nos andaimes do viver,

as agulhas do tempo

machucam a consciência dos sentidos.

É a vida real que nos acompanha,

mesmo no pensamento distante

sempre tem uma mulher amante,

reflexo das que amei

no campo ou na cidade,

todas foram importantes

na existência da minha saudade.