VAPOR

Prometo o sol e as cores. Prometo o calor das noites e o frio das manhãs para que nunca te aborreças. Prometo as flores sem perfume e a luz dos vagalumes para tua cabeceira. Prometo apagar, como faz o mar, os desenhos feitos na areia e lembrá-los apenas pelo risco mais profundo sulcado no chão. Eu prometo a ti todas as promessas, e dedico a ti todas as penitências do meu pensamento. Prometo dar-te o sorriso das horas ou o silêncio, ou o que mais quiseres que eu prometa a ti.

A noite escura eu te prometo dar e as estrelas que tu queiras roubar. Por fim, te prometo a lua frouxa suspensa no céu, ainda que, como eu, ela saiba que, além de ser lua, nada te pode prometer.