UM PRÁ LÁ, OUTRO PRÁ CÁ
No colégio nasce a paixão
E a menina com hormônios em floração
Quer anunciar seu coração
Para o menino rapagão
Com modos tímidos de chegar
Ela pára para pensar
Fala dele com sutileza
No silêncio grita seu nome o dia inteiro
Busca mirá-lo com firmeza
Mas teme a fofoca, o gracejo
Se pudesse exprimiria tal desejo
Que lhe aflora com pureza
Gosta de vê-lo sorrir
Sua maneira de falar a seduz
Tudo o que ele diz
É uma sentença de luz
Faz planos sonhados
Tal qual a cinderela via
Alimenta-se de suspiros abafados
Certa de que vai ser dele um dia
No momento da decisão
Falta-lhe coragem segura
Para anunciar com ventura
Aquele amor refreado de emoção
Porém o menino nada sabe
Daquela ardente feição
Ao encontrá-lo a sós
Emudece, não sabe o que falar
Depois de tantos nós
Um prá lá, outro prá cá.
Tunin/.