Desembarque!

Desembarque!

Bagagem sempre leve,

Carrego só no coração.

Estação abandonada de chegadas

Recorda ainda apenas as partidas

No velho banco já gasto de lágrimas

Sentado nele, ainda te sonhava ali

Cabeça entre as mãos, em negações,

Recordava teus abraços, adeuses e cartas.

Num perder constante da hora do embarque

Tornou-se mais fraco meu coração

E num ímpeto de loucura e vertigem

Me desfiz logo daquela leve bagagem.

Apito distante eram ecos do passado

Que se aproximou num real acontecer

Parando entre ruídos e fumaças

Quando em novo bater me fez o coração.

Era o último desembarque possível

Em te trazer de volta para nós!

E assim meus olhos te viram,

Afinada com meu sorriso.

Triunfou todas as velhas vontades

Como fogo que nos fez um louco-mover

No trilho brilhante, um vagão em por do sol,

Desliza agora em nova viagem de recomeço.

Jaak Bosmans- 13-04-09