Compondo poesia de amor sem rima

Chuva fina cai sobre a relva, intercalam o solo na cumplicidade lenta de cada gota imergida, folhas arremessadas com o sopro do vento, passos lentos em ruas solitárias no auge do alvorecer.

Compondo poesia sem rima, abraçando as letras no silêncio, enquanto os versos brotam na mente, mesclado de nostalgia no ar.

Envolvendo-me na sintonia da canção, clima frio, provoca arrepios na alma, divagando em traços, buscando a chama do amor no olhar.

Quando o outono chegar e a brisa da noite vier me buscar, no enlace de teus braços quero estar.

Calor emana, na insensatez do verso, aconchega-se mais perto, toma-me nos braços, deixa-me sem ar para respirar, resgatando sensações.

Entretanto, o vento faz cirandas entre as folhas, conta segredos dos amantes, palpita os anseios num breve fitar do olhar.

Deslizando emoções, em livros de histórias, folheando páginas, tecendo memórias, retratando os anseios da alma.

Cobre-me em carícias, aqueça minh ´alma pequenina, vem amar, enquanto as luzes não se apagam reflexo n´água, doce afagar.

Trago a ternura dos versos de amor, o perfume que concede a mim em cada flor que desabrocha, em cada gota de orvalho que escorre.

Atravessando a ponte do inconsciente, confundindo fragrâncias e mistérios, compondo palavras soltas no vagar dos ventos, me deleito...

Escrito

11.05.2006

Por Águida Hettwer