DECISÃO IRRECORRÍVEL DO AMOR



Um traço perpendicular,
Suaviza o meu rosto e corpo,
Estava o meu pensar na candonga,
No penhasco lúgubre e indevido.

Não tive mais tempo,
E nem o tempo se apressou,
Não houve oportunidade,
Para matar toda a saudade,

Daquela linda candonga,
Que num certo dia se aflorou,
Nas luzes dos meus olhos,
Fez de um beijo todo clamor.

Pleiteio o meu direito irreversível,
Sem te entregar nenhuma caução,
Tudo se achava dentro do meu coração,
E agora, pretendes fazer liquidação.

Não haverá jamais contestação,
E tão poucas impugnações,
O teu direito já está precluso,
Terás que aceitar sem resignação.

Vou reivindicar todas as carícias,
Proferindo uma longa decisão,
Decretando por sentença irrecorrível,
Que o meu eterno amor,
Será somente teu sem haver contradição.


Não haverá recursos procrastinatórios,
O meu amor já fez todas as razões,
Aventadas na admissibilidade do teu coração.

Incabível e desprovido será o exame,
Da matéria do amor em discussão,
Não será admissível nova ação,
A sentença do amor, tu irás cumprir,
Calada e sem direito a duplo efeito,
Não gerando qualquer apelação.

Vou despachar um longo abraço,
Neste arrazoado de paixões,
Receba este decisório,
Fazendo cumprir a lei do amor,
E venha morar na minha feição.







ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 10/05/2006
Reeditado em 03/10/2011
Código do texto: T153951
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