MINHA JANELA
MINHA JANELA
Quantas vezes foi confidente,
Segredos só de minha alma,
Angustias que acalentei,
E ela me compreendia,
Sem cobranças, nada exigindo,
Nas andanças com meus pensamentos.
Via quando afoito buscava alguém,
Por imagens, talvez rápida passagem,
E meu coração se sobressaltava,
Quando pretensa figura de meus anseios,
Se apresentava e me dirigia sorrisos,
E pulsava meu coração nas reciprocidades.
Observei fatos, presenciei o por do sol,
Longe, muito longe, exausto, cansado,
Imagens que sumiram na memóra esquecida
Mas calaram profundo nas minhas ansiedades,
Por serem lindas, indescritíveis, só minhas,
Que afago com carinhos arrebatadores.
Vi também cenários ofuscantes,
Que gostaria jamais ter presenciado,
Nuvens negras de tempestades violentas,
Que assustaram minha presença pequena,
Uma criança querendo crescer,
Mas insegura diante das turbulências.
No entanto minha janela confidente,
Onde me apoiei para observar curiosidades,
Hoje já não existe, transformações sofreu,
E choro as saudades das tantas alegrias,
Intensas diante da claridade do dia,
Saudosas nas noites de céu estrelado.
Jairo Valio