UM POETA SEM CANETA

Dos momentos mais tenros da vida

Em que é sentida toda a emoção

Sem a caneta e desprevenidos

Só memorizamos a sensação

É logo ali que nós sentimos

O quanto é doce uma paixão

Momento em que nos despimos

Da vergonha e da razão

Dois corpos assim suados

Duas bocas se procurando

Nem sequer ficam cansados

E se entregam desejando

Nesse momento tão sublime

Em que o desejo fala alto

A moral não nos reprime

Coração em sobressalto

Só depois que tudo passa

Cessando calor e emoção

Que a inspiração me abraça

E a caneta me toma a mão