TANTO AMOR, TANTO AMAR

Era eu que, em minhas fantasias,

pensava ser feliz.

Caminhava só

pelas calçadas da cidade

e lia,

às vezes,

algum poema antigo

sem entender.

Era eu que, em meus sonhos,

pensava a revolução

como resposta

para a angústia interior

que me assolava o espírito,

quando eu me calava.

Era eu que, em dias de raiva,

ouvia bem alto

canções de outros tempos

e dizia que o hoje

é um mar de fracassos.

Era eu que, em dias tristes,

não sabia por que chorar

parecia ser uma

espécie de alívio.

E eu me perguntava:

por quê?

Até que um dia

eu te encontrei.

E senti como se já não tivesse

muito a dizer.

Calado fiquei

e deixei crescer em mim

esse algo-novo,

esse vir-a-ser.

Tornei-me teu

resolutamente.

Descobri o amor.

Comecei a amar.

E teu nome,

por que me inspira

tanta alegria?