LAGOS OSCULADOS
Caio para lagos tão-pouco emocionantes
Nos quais meus anseios desvairados de musas
Buscam sem tibieza meus queixumes
À medida que embeveço meus sonhos sem asas
Embora esteja num imbróglio carnal
Ainda trago destas geleiras certa página
Tanto quanto a minha caneta fina
Importa estes desejos ribeirinhos
No meu museu coracionista esgaravatei
Este texto amante, porém, doloroso!
Absorvi tuas lágrimas secas de impaciência
E logo mirrei teus olhos...
São lagos de lamúrias sem fúrias
Para os quais me elejo a galáctico
Pois, nestas ondas aquáticas
O céu é visto como no Atlântico
Bebo Whisky nos lagos lacrimais
E o Sol ajuda a que não me embriago
Ante ao desespero do teu âmago
Ainda que naufrague por estes anais
São lagos penetrantes por quais entro
A partir dos teus lábios sem whisky
Para que me galanteeis nestas catadupas
Enquanto afago teus alagados lábios…
Redigido a 13 de Junho de 2008 em Benguela!