Apoteose

Sobre a alva mesa,

o vinho tinto, e os cálices,

nas paredes a penumbra

desenha a paixão em êxtases

ecléticos, insanos, donos

de uma palavra dita

em sofreguidão!

A magia se faz revelação

entre gritos e gemidos,

um balé apaixonado,

perpetuando a noite

na alforria do ardor,

pleno, voador, um ciclo

de alma e coração!

No poema do nunca,

o tudo é perfeito,

o todo é sublime

como ósculos acariciando

tuas entranhas, como as mãos

num vai-e-vem frenético,

o gosto da madrugada

em tua rubra boca!

É o verso do olhar

falando ao teu corpo,

é a loucura do amor,

em teu toque, o tom,

o sobre tom da sedução,

em xales, em véus,

a seara da fantasia,

fazendo-se vida,

pela letra,

pelo beijo da maravilha!

Auber Fioravante Júnior

12/04/2009

Porto Alegre - RS