A IMPOSSIBILIDADE DO AMOR PERENE
Corpos que se roçam e se fundem
Num cenário tangível
Beijos mais perdidos que dados
Numa realidade portentosamente risível
Desejos sublimados
Pelo desejo ardente
De quem não lhe sabe dar utilidade
Dedicando-se por isso
À parte fútil
De uma certa noctividade
E olhares…
Olhares que se perdem
No secreto ninho afectivo
Libido invertido
Por inviezados caminhos
Paixões
Que duram o tempo de um cigarro
Embora a vontade seja
De fumar sem parar
Mas isso é mais vicio do que vontade
Que com o fim da noite
Se irá esfumar
E assim
O prazer
É esquecido
Até nova oportunidade
Novos corpos
E resquícios de alma
Esperam por nós
Até ao alvor da eternidade