“O Querer”
“...Te querer palavra,
Sublima a tentação de te querer carne.
Poetisa os meus desejos e sentimentos.
Expõe meus verdadeiros sentimentos,
Mas priva-me de tocar-te.
Senti-la, amar-te de plena maneira.
Escrever-te em versos é a única maneira de tocar-te,
Desnudar-te,
E ter-te.
Suas estações me inspiram a querer-te mais e mais,
No Verão te vejo coloridamente quente,
Mar,
Desejosa por sentir a brisa e amar.
Por do Sol,
Paixão.
Sua maré de março fecha seu verão e se mostras retraída num prenúncio de inverno.
Seu outono é solitário onde você interioriza suas sensações.
No inverno buscas meus sentimentos para se aquecer.
Personificas seu ser na primavera.
Exalas seus olores mostra-te viva.
Perfumas meu EU,
Minha vida,
Reinicia o ciclo que move as nossas vidas.
Os meus quereres serão sempre meus,
Seus, serão meus desejos.
Onde te querer palavra,
Só representará um verso.
Aquele que nunca poderá ser escrito,
E sim sentido.
Na carne.
Fazendo com que seus ciclos e estações se condensem em uma só.
Mulher plena.
Sem fases e após tudo consumado serena.
Descansando suas coxas na colcha de retalhos que nós costuramos.
Na cama que nós nus,
Amamos.
Sem culpa ou pena.
E a Liberdade nunca será pequena o bastante para nós dois.
E no criado mudo,
Uma pena e um papel para poetizar o depois...”
( “O Querer”, by Carlos Venttura)