Beijo-te nos lábios...

Beijo-te nos lábios

com o ardor do Sol

do Verão no Sul da Europa:

E do beijo fogem os impérios

passados, ultrapassados...

Roma... Castela... Hespanha...

França... Reino Unido... e mais...

Esquecem-nos os reis e os invasores:

Deixamos que voem e revoem

pelos espaços das histórias vácuas...

Só nos importamos no beijo, húmido

e constante e carnoso brandamente,

e na subtileza da mão extraviada

e no gozo achado, a sobrevoar reis e impérios:

definharam-se tão sensatamente que nem existem...

Beijas-me os lábios...

tornaram-se em asas de sal lento,

humedecido, ou em medusa sábia e inocente:

beijando-nos parecemos estatuas fundidas no amor.