Métrica.

Confusão. ritmo que acelera, nada que se entenda,

Palavras soltas sem sentido, isso que eu quero.

Quero a mistura de nexos, não quero nada que me prenda.

Quero fascinio, ilusão, ardor! eu quero mistério!

Pra que sentido? pra que tanta métrica? tanto luxo?

E o sentimento? como guardá-lo numa caixa de madeira?

Como atá-lo às regras? impreterivelmente seguindo seu fluxo.

Quero um sonho que me busque, que eu jogue e me queira!

E quando rima, talves seja pra enfeitar, colorir...

Maquiagem, melodia. Mas o proprio mistério ja é em sí

Toda essa melancolia, fogo que arde, incendeia e reluz!

Por favor, estrelas, satelites, luas e coisas cadentes,

Que cabem num verso bem comportado, que eu ascendo a luz

Pra que o escuro não mostre a beleza de uma poesia feia...

Camila Cabral
Enviado por Camila Cabral em 10/04/2009
Reeditado em 14/04/2009
Código do texto: T1532316
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