Saudade?

Ao saudosismo desesperado e estúpido,

À petulância juvenil, força que move,

Foram-se os anos e as ânsias. E agora chove.

À loucura, insanidade e o fervor escondido.

A todos estes dias ensolarados... Vento, tufão!

Soman-se a eles os ideais arremessados fora,

Ardor, desperdiçados em retalhos, em dores...

Tudo que se sente, tidos à pedaços de coração...

Vida? Talvez... Agora pouco importa...

Sobre as folhas o orvalho implorando atenção.

Insiste e por mais que peça, não volta.

Nem uma única nota, nada de som, de cor...

O tom que estranha, na falta que não faz.

A saudade que vem do que nunca foi amor.

Camila Cabral
Enviado por Camila Cabral em 10/04/2009
Reeditado em 09/05/2010
Código do texto: T1532295
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