DESFOLHADA FOI A FLOR

Caminhei noite a dentro,

em busca de sua alma.

Encontrei seu corpo, sua virtude,

semi despida.

Repousei em seu regaço minhas mágoas.

Em mim, eu a vi repousada.

Fruímos da noite a quietude.

Bebi o desejo em seus seios.

Em minha boca, você bebeu meus anseios.

Desfiz suas vestes,

e sobre a relva agreste,

encontrei sua virgindade.

Você me encontrou perdido,

perdidamente em seus braços.

Você agora, me traz em sua alma,

e eu a tenho transcrita em minha palma.

Ah, dádiva cruel de ver uma virgem possuída,

sem ao menos ter-lhe negado

aquele minuto de prazer,

onde entregava-me a própria vida;

onde eu lhe dava um passado.