DOIS
Vês? Passaram ali, eram dois
De tão ligados, parecia "um"
Vi bem! vi antes do depois
Um rastro de algo em comum
Nos vôos rasantes dos agrados
Uma alma de dois instantes
Como as teorias arraigadas
Teorizadas em pesquisas constantes.
Eram dois, passando pelos dias
Em fria e desesperada calma
Como livros “sin color” ou azias
Dois mundos, uma alma.
São dois! De olhares alongados
Segurando forte, o cruento atalho
Mãos unidas, pés descarnados
Sentindo o frescor de cada orvalho.
Dois, mas uma sombra apenas
No brilho de águas puras
Nas folhas que dormem serenas
Buscando a lucidez das venturas.