SEM VOCÊ: SUJEITO OCULTO
Você, minha gramática cotidiana,
Minha frase adnominal.
Meu verbo irregular,
Sujeito que não tem predicado.
Tento ser sujeito composto,
Tudo o que alcanço é um simples sujeito,
Uma coordenação sem período,
Uma conjunção sem frase.
Somos gramaticalmente as essências da oração,
O núcleo do amoroso sujeito,
O indeterminado da terceira pessoa na paixão,
O verbo intransitivo da transição do objeto carinho.
A ligação dos abraços verbais,
Num estado em permanente ligação com meu coração,
Em que somos uma dupla do predicado verbo-nominal,
Que tornamos o nosso afeto ativo e passivo.
Diretamente ao dia o objeto nos atinge
Deixando nós bem juntinhos;
Indiretamente à noite, novamente o objeto,
Agora para me noticiar que sou um sujeito oculto;
Sem teu carinho sou verbo sem frase,
Sem teu amor sou um inexistente complemento nominal
E sem você sou um sujeito ocultamente desligado.