SEM VOCÊ: SUJEITO OCULTO

Você, minha gramática cotidiana,

Minha frase adnominal.

Meu verbo irregular,

Sujeito que não tem predicado.

Tento ser sujeito composto,

Tudo o que alcanço é um simples sujeito,

Uma coordenação sem período,

Uma conjunção sem frase.

Somos gramaticalmente as essências da oração,

O núcleo do amoroso sujeito,

O indeterminado da terceira pessoa na paixão,

O verbo intransitivo da transição do objeto carinho.

A ligação dos abraços verbais,

Num estado em permanente ligação com meu coração,

Em que somos uma dupla do predicado verbo-nominal,

Que tornamos o nosso afeto ativo e passivo.

Diretamente ao dia o objeto nos atinge

Deixando nós bem juntinhos;

Indiretamente à noite, novamente o objeto,

Agora para me noticiar que sou um sujeito oculto;

Sem teu carinho sou verbo sem frase,

Sem teu amor sou um inexistente complemento nominal

E sem você sou um sujeito ocultamente desligado.

Tiago Curralo
Enviado por Tiago Curralo em 09/04/2009
Código do texto: T1530995
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