SAFADA
Não és outra coisa,
és safada!
Brinca com fogo,
desafia.
E foges.
Cutucas a onça
e foges.
Safada, sacana, sapeca,
escondes as unhas
e dizes que
nem é assim tão bonita.
Reclama que está gorda,
reclama da barriguinha
e, vestida só de calcinha,
caminhas pelo quarto
distraída.
E eu acredito
em tua distração.
Tu, tão jovem,
e eu, curtido pela vida.
No entanto, me ensinas
muito que não sei.
És safada e feminina,
tens a alma de menina.
Mas a mulher me ilude
fragorosamente.
Sinto-me querido
como nunca antes.