Agonia dos versos

Com meus poemas faço caminhos de amor

e com a poesia, bálsamo de dor

para inda triste achar a felicidade.

Se sou poeta, tudo isso entendo,

fernandeando ou esquecendo

que para poetar tenho que sentir além de dor o amor na alma.

Meus poemas descrevem agonias,

prantos envelhecidos, dissintonias

e vagamente ficam e andam e se escondem

quando qualquer silêncio me transplanta

para lugares entre risos e silêncios.

Há em cada poema meu um monge alegre

e um triste poeta sábio.

Há a viagem e muitas malas cheias de dores

que solidificadas até serpenteiam

quando me gargalham tristezas longas.

Há em cada poema meu o que eu sou,

o que vivo e o que amo e o que me agonia

escondido em suas nem tão doces entrelinhas.