DISTINTOS CONVERGENTES

Eu me arrisco no risco

Que é este fogo cruzado

Perpassado por entre nossos peitos;

Origem de tanta convulsão.

De convulsões a confusões

Figuram-se fisionomias caricatas

Demonstrando o peso desse peso

Que teimamos carregar sempre entre nós.

Que somos, então, feitos de pura carne

E artérias intermináveis escorrendo

do mais viscoso líquido cheio de O2

e de CO2. Fora os eritrócitos, leucócitos, plaquetas...

Existem também por esses canos

Sensações que correm para escorrerem-se

Nos semblantes escarnecidos

Pelas discussões fortuitas desse misterioso torpor.

Palavras, silêncios, olhares, piscadelas;

Desvios, atos falhos... lapsos... Esquecimentos...

Esquecidos em rancores, esquecidos em desavenças

Dois seres divergem, diferenciam-se

e nesse laço descruzado

percorrendo caminhos únicos

acham-se amantes e amados

na estrada distinta convergente do Amor...

Tiago Curralo
Enviado por Tiago Curralo em 07/04/2009
Código do texto: T1527607
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