Banalidades

Falar eu te amo é tão simples?

Como pode parecer uma coisa tão banal

Um sentimento fabricado, uma fala à toa

Da boca pra fora.

Te amo.

EU te amo.

Amor, quatro letras tão complexas

Quatro fonemas tão complicados

Assim, fáceis, despejados na sarjeta

Começam hoje, terminam amanhã

Eterno enquanto dure, e que não dure

Amanhã tenho outro amor, vivo intensamente

Sou feliz, contente, tenho amores

Sofro por amores, choro por dores, logo estou recomposto

E por que o amor é tão fácil?

É tão simples? Realmente?

Eu complico-o, então? A culpa é minha?

Vejo lombadas pela estrada escura

e por precaução não passo dos quarenta por hora

Mesmo sabendo que as lombadas podem não existir?

O que é complicado?

O amor?

Eu?

Vende-se "EU TE AMOS"!

Os meus são caros e raros

Não os falo assim, à toa

Quando falo, não sei se digo a verdade

Complicado, é verdade

Os meus não são eternos, nem enquanto durem

Não sei quanto durarão

Que dure, em meu coração duro

Que sejam intensos, que sejam amores

Permeado de desejos eternos

Que sejam menos complicados que eu

Ou tanto quanto

Torna tudo mais interessante

Que seja amor louco, que seja inseguro

Que seja amor

Que seja

Seja,