Desilusão e lágrimas

Quando voltei a procurar por você

eu estava tentando reabrir uma

porta há tempos fechada.

Foi como se o tempo permanecesse

parado naquele agosto de outrora.

Não me esqueci de sua voz.

Ainda guardo seu perfume e

sua fotografia dentre as coisas

que muito prezo.

Mas não há o tempo.

Não houve laços que possam

hoje ser reatados, nem sentimentos

a recuperar na vasta

distância que se fez presente.

Meus versos continuam brancos.

A alma, no entanto, hoje está

vermelha pelo sangue derramado

e que não consigo estancar.

Lembrei-me de você.

Talvez em conseqüência da dor

de agora, semelhante à que

senti por você.

O sofrimento alimenta a inspiração e as

palavras que descanso nesse papel

traduzem a mágoa mal

contida no frágil peito.

Quando me recordo do tempo

associo a você não só a palavra,

mas a emoção sentida.

Não há remédio, ainda, para

o meu coração partido.

Talvez o antídoto, uma vez

mais, seja o próprio tempo.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 05/04/2009
Código do texto: T1524422
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