DESTINO
Teu rosto era um céu sertanejo
quando a noite, madura, deixa
dispersas sobre si estrelas
e espécies raras de belezas.
E o meu corpo era todo um sonho
pairando sobre doces brisas.
E onde estavam os meus pensamentos?
Em teu rosto, em tua pele lisa?
Ou era somente a inocência
elevando-nos aos mais belos
encantos? Ou era a virtude
que nos reencontrava – o elo
que atravessava o universo
em busca de nossos caminhos?
Ah, doce Deisy, o nosso berço...
Era o nosso berço ninando
a nossa infância, preparando
o fruto que somos agora?
Que somos agora senão
um verso todo harmonizado?
Que somos, senão o reflexo
perfeito de um céu estrelado?
Assim, todo aquele momento
em que éramos somente filhos
é o meu olhar te procurando,
é o teu sentido, o teu rio
buscando o meu olhar que dorme.
E somos somente nós dois.
Somos somente o que não foi,
para ser o que somos: tudo.