O OLFATO E SUAS MEMÓRIAS

Estou numa imensa saudade

de teu afeto sempre rico de emoções,

de tua fala amorosa;

de tudo aquilo que agrada a um poeta

que propõe a poesia como vida,

amor pra todo o dia.

Sempre que te lembro,

o poema vem como uma cobra

e se enrosca no pescoço.

Sua lingüinha bifurcada penetra

até nas narinas e percebo

o cheiro do perfume de anteontem,

que parecia não mais morar no olfato.

Só porque agora é tão tarde

e estrelas, com frio,

ressonam na minha memória.

– Do livro BULA DE REMÉDIO, 2006/2009.

http://www.recantodasletras.com.br/poesiasdeamor/152227