ESTREMECER DO TEU VENTRE

Abro-me

sobre um altar

onde triunfa a inteireza

da nossa entrega romântica

por entre a lucidez da galáxia.

Salteamos

o depois dos amanhãs,

imiscuindo-se no texto do tempo

que seduz a chama os nossos beijos.

Os sons

que falam sem erros

nem disfonias no meu interior,

são frases de amor no meu semblante.

Abraça-nos

um sopro ardente,

a poesia de uma vela acesa

sobre o depoimento dos nossos corpos,

agitados pelo vulto de uma loucura nua.

Engenho

rimas cognitivas

no vocabulário do teu olhar

pronunciado na minha dicção,

escrita no ouro de poucas palavras

que demonstram as folhas de um livro

manuseado numa troca de carinho franco.

Sem divagar

sigo o teu sentido

blindado que cultivas

nos verbos da minha boca,

na tua boca sem poupar elogios

ao teor dos meus toques silenciados

no estremecer do teu ventre que dança

no suor das minhas mãos harmoniosamente.