Solidão

Queria ti conhecer melhor, saber seus gostos.

Queria compartilhar de tuas visões, saber cantar suas canções prediletas.

Insisti em ser mistério, mesmo quando conversamos.

Insisti não fala de você.

Ontem colhi Tulipas, comprei um cartão e resolvi ti mandar, mas quando o entregador me perguntou se eu estava apaixonado pensei:

Sempre ousei por meus pés onde não era meu chão. Então rasguei o cartão, mandei o entregador embora, e chorei ao pé da Tulipa.

Você não nasceu para ser minha ainda que eu insista que seja.

Ainda que insista conhecer seus mistérios.

Insista querer teus abraços.

Insisto ser o que não sou quando estou com você para ti impressionar.

Insisto nesses versos em falar de você, mesmo sabendo que não vais ler.

Tulipas.

Lagrimas.

Talvez é somente isso que me pertence.

A dor da ausência, por algo que não nasceu para ser meu.

E essa é a raiz do meu egoísmo, a raiz da minha doença, chamada:

Solidão.

guido campos
Enviado por guido campos em 03/04/2009
Código do texto: T1520848
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