Dor e alma

Dou-me o direito de sonhar uma

vez mais, mesmo que a alma

doa no peito.

Sei que a dor é passageira como

a felicidade que senti ao estar

entre seus braços e nos

abraços que julguei serem meus.

As lágrimas que molham

meu rosto logo secarão.

As cicatrizes permanecerão

trancadas em algum

lugar do vasto coração.

É assim que deve ser.

São assim as dores do amor

que já passou , a partida ,

o adeus, seu olhar perdido

na janela do apartamento, sua casa.

Ainda perco-me na lembrança

do passado recente e por vezes

me vejo dizendo seus horários

e lugares por onde deva andar.

Mas vai passar...

É só a reação natural da alma,

a fraqueza que insiste em querer

que eu telefone e por um

momento ouça a sua voz.

E espero não poder quebrar

minha promessa de

não mais procurar por você. Tentarei...

Como tento voltar a ouvir

música novamente, ler meus

livros, retomar o ritmo normal

da vida que ficou parada

no dia em que parti.

Ainda tento encontrar o chão

que perdi e não mais olhar

para trás e encontrar você.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 02/04/2009
Reeditado em 02/04/2009
Código do texto: T1518444
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