Dor e alma
Dou-me o direito de sonhar uma
vez mais, mesmo que a alma
doa no peito.
Sei que a dor é passageira como
a felicidade que senti ao estar
entre seus braços e nos
abraços que julguei serem meus.
As lágrimas que molham
meu rosto logo secarão.
As cicatrizes permanecerão
trancadas em algum
lugar do vasto coração.
É assim que deve ser.
São assim as dores do amor
que já passou , a partida ,
o adeus, seu olhar perdido
na janela do apartamento, sua casa.
Ainda perco-me na lembrança
do passado recente e por vezes
me vejo dizendo seus horários
e lugares por onde deva andar.
Mas vai passar...
É só a reação natural da alma,
a fraqueza que insiste em querer
que eu telefone e por um
momento ouça a sua voz.
E espero não poder quebrar
minha promessa de
não mais procurar por você. Tentarei...
Como tento voltar a ouvir
música novamente, ler meus
livros, retomar o ritmo normal
da vida que ficou parada
no dia em que parti.
Ainda tento encontrar o chão
que perdi e não mais olhar
para trás e encontrar você.