Prolixidade

É essa diretude que não me agrada

Me perde a direção sem dar-me todo

Me falta a vocação pra só falar-te

Para ser direto e não ser só ditoso

E a predileção ainda instiga

A dúvida entre o caso amoroso

E a amizade densa que me irriga

E é a complexidade que me arrasa

Que é como perder-se com o mapa

Mas não saber se achar no mapa ou nada

É como se afogar na margem rasa.

Eu quero só colar-me no teu colo

Mas a complexidade ainda me arrasa

Que pra você eu que tanto falo

Sem meu vocabulário só me calo

E abro a tampa do meu lixo-hablante

E culpo a injustiça dessa vida

Por ter-te arrastado assim de mim

E é mesmo muito mais fácil assim

Que não me culpo, nem te culpo mais.

Porque essa amplitude me sufoca

Que não consigo te olhar em paz

Que só me vejo um bobo apaixonado

E quero logo ter-te novamente.

Por isso que te espero uma resposta.

Uma resposta curta sim ou não.

E que perdoe a minha indiretude

É que sou uma criança de mãos dadas

Que não sabe se quer ou não a mão

Mas que se permanece de mãos atadas

Mas tu não esperaste a minha mão

Mas quero ainda saber a sua resposta.

Se gosta ou desgosta

Se ama ou desama

Que deus então me salve do prefixo.

Mas restará só uma decisão

...

Ai, todo esse mal de ser prolixo!

Joao L Terrezo
Enviado por Joao L Terrezo em 01/04/2009
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