VOU TENTAR FALAR DE AMOR…

Lágrima perdida no tempo

Diletantemente e ao acaso

Que tanto cai no futuro, no presente

Ou no passado

E eu não sei bem como me exprimir

Neste palco tão difícil

Sou actor sem peça bem definida

E com muitas falas

Esquecidas

Sendo por isso

Que aprendi a nobre arte

De improvisar

Sendo assim que levo o meu barco de amor

Neste mar

Onde calha navegarem as almas que calharam se apaixonar

Em palavras que me soam

Como o mais importante desafio

Deixo as vagas alteradas

E procuro a calma de um rio

Que subo contra a corrente

Pois sempre funcionei ao contrário

E assim em vez da foz

Procuro a nascente

Para te dar as tais palavras

De que sou um mero escultor

Talho na minha pedra

As formas do amor

Se calhar porque amo

Nunca deixarei de amar

Mudam as caras

Mudam os corpos

Mas nunca a minha forma de estar

Guiando-me pelas estrelas

Como os marinheiros de outras épocas

Dado navegar à vista de terra

Ser perigoso e hostil

Tendo medo que não aceites abrigar

A minha nave

Nem que seja por breves instantes

A teu lado ficar

E assim

Com trovas

Do dito amor

Vou indo para a nascente

Onde o amor penso irei encontrar

Mas o rio é maior do que pensava

E provavelmente

Esta navegação

Esta busca

Vai durar para sempre…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 01/04/2009
Código do texto: T1516701
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