AMOR BANIDO
Casaco de couro
botas fumegando verniz
olhos miram a alma
Abra-te trambolho
a consciência é que diz
o que o céu cravou na palma
A mulher e a serpente
- dados rolando astúcia
a noite é do refém
Perdido intimamente
o homem exorbita a lua via
desejo encharcado por alguém
Redemoinho rodomúsico
na janela te canto
a entrega da flor
Bastant'ávido e rústico
introduzo-te na seda o quanto
do batalho faz sorrir pela cor
Espírito livre
se o pântano é o limite
eu vou
Diariamente o alvitre
é bom se há quem imite
o que sem trapaça só ganhou
A mulher de branco é minha
a nudez dela é a sina
q'eu celebro deleitando a vela na mata
A mulher de branco é minha?
as borboletas que lhe cobrem o corpo
são beijos atirados pelo bruxo descrente
Toda carne ofertada
transforma a translúcida
vontade selvagem
O choro vozeado ponteia
a vibração vidente
do amante vasto
A fúria vibrada orgia
a vassalagem propositada
da amante vândala
Cânticos profanos e lamentação
Digam adeus:
O campeão sorrí pela queda definitiva
De hoje em diante
apenas
a ironia moverá a verdade
Esquece o amor secreto
no jardim
a vitória é do deboche
Ninguém há de esquecer
ele chamou os peixes
enegrecendo a água pelo olhar
poderia subir aos céus
mas preferiu chafurdar
na lama crismada
pelo padre amaldiçoado
pois só na dor esquece que ama
vampiramente
Motocicletas e delírio
levam longe do céu
julgado será o retardatário
Religião e sexo
duplex
morto abandono o desleixo
Amor banido
amante esquecido
a serpente é a dona do místico envaidecido
Aonde seguir?
fúnebre a escolha
o viajante abriu o zíper da escuridão
o que ficou no fogaréu
é o fim do império
na terra esquecida antecipar é sério