Nada permite
Quando um outro amor amar o meu
e no meu peito já fizer morada,
fecharei as portas que derem para qualquer estrada
e trancafiado nele amarei para sempre
no que nos for demais verdadeiro,
no que meu amor fizer semente.
Amá-lo-ei com a maior força achada
como se fosse o último amor que me visitasse
sem mais querer deixar-me e ir-se embora.
Há amores que fogem e nos deixam tristes,
há os que doem e os que nunca existem
e os que deviam nunca nos ter amado.
Minha vida é farta de amores cridos,
afora os que não me serviram,
afora os que me deixaram triste,
pecando ao meu mais íntimo amor,
o que do meu amor nada assim permite.