Sou....
Sou como a cachoeira que nunca pára de chorar
como o vento que fustiga o rosto em tardes quentes
como o rio de águas cristalinas que buscam sempre o mar
como as pedras perdidas no fundo, de tanto chorar
Sou clareira pertencendo ao vazio, cercada de anseios
sou a árvore que o lenhador matou por ganância
sou o sólo que era fértil, e foi ferido pela erosão
sou a água envenenada pelo cíume e desilusão
Sou guerreira que nunca desiste da luta
abro à força os espaços e portas trancadas
sempre com a tocha do amor e da luminosidade
buscando a paz em cantos mesmo sem claridade
Mas também sou um anjo travestido de esperança
de que um amanha risonho no horizonte desponte
trazendo um doce amor nas asas cálidas de ventos
a me roçar o rosto com beijos cálidos e sedentos
Santos, SP
03/05/06
11,30 hs.