À distância...

À distância, uma mulher te ama... À distância...

Enquanto a luz da lua desenha

Estranhos recortes

Nas árvores, entre a terra e o céu...

À distância uma mulher canta... À distância...

E enquanto seus lábios se movem

Lágrimas agridoces escorrem pelo seu rosto...

À distância...

À distância uma mulher olha com ternura

Todas as tuas fotos

Enquanto a lágrima teimosa

Desce em sua face...

É tristeza? Não.

É saudade,

É apenas saudade...

(Na imensidão infinita

De ser ainda feliz

Embora tendo seu amor ausente...)

Pressente,

A mulher à distância,

Que nada mais almeja

Do que um coração que bate

No compasso do seu...

A vida escorre como água entre seus dedos

E a longa ausência

Faz-se doçura em seu fascínio:

Ela, nada mais quer...

Tem tudo...

Sem nada ter.

Como a água cristalina dos regatos

Quer ir aos rios

E depois desaparecer no mar...

- Porque o mar esconde muitos segredos

E belezas imensas...

E histórias de amor...

E assim

Fazendo-se mar,

A mulher que pensa em ti,

À distância,

Beijará uma praia.

E teu passo distraído

Pisará a espuma das ondas

Na úmida areia...

E ela sendo mar,

Beijará teus pés docemente,

Sem que o saibas,

Pois veio ao mundo para o teu prazer!...

Não importa que tu não a vejas;

Não importa que perca a identidade

E faça parte do todo

Imperceptivelmente,

Anonimamente,

Na sombra do não-ser...

Há apenas uma coisa que importa para ela:

Amar-te...

Amar-te muito!... À distância...

E com isso ela é feliz

À distância... Sim, porque não a vês,

E ela não deve mostrar-se...

Mas tu a sentes:

- Ela faz parte de ti!...

Mesmo à distância...

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 28/03/2009
Código do texto: T1510153
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.