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Por que chamas se não podes escutar-me?

Por que me fazes querer se não podes te dar...

E tentas ser hoje, quem sabe amanhã?

Até quando?

Por quanto tempo serei ou serás?

Por “um momento”, quantos?

Até que meu corpo queira o teu de forma concreta,

Quando tudo acontecer, já estarei pronta,

E trar-te-ei comigo.

Só que com alma, com calma.

Saberei alinhar-me tão somente nos teus braços.

Receio um futuro fracasso...

Confesso o medo do intenso desejo, sem que tu possas saciar.

Confesso o medo da necessidade do teu ombro, sem que tu possas emprestar.

Confesso o medo da precisão do teu carinho sem que tu, somente possas doar.

E se não puderes ouvir-me?

Serei prisioneira, carcereira do meu próprio sonho.

Cristina Gonçalves
Enviado por Cristina Gonçalves em 27/03/2009
Reeditado em 14/04/2009
Código do texto: T1509178
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