Pagão
Por que chamas se não podes escutar-me?
Por que me fazes querer se não podes te dar...
E tentas ser hoje, quem sabe amanhã?
Até quando?
Por quanto tempo serei ou serás?
Por “um momento”, quantos?
Até que meu corpo queira o teu de forma concreta,
Quando tudo acontecer, já estarei pronta,
E trar-te-ei comigo.
Só que com alma, com calma.
Saberei alinhar-me tão somente nos teus braços.
Receio um futuro fracasso...
Confesso o medo do intenso desejo, sem que tu possas saciar.
Confesso o medo da necessidade do teu ombro, sem que tu possas emprestar.
Confesso o medo da precisão do teu carinho sem que tu, somente possas doar.
E se não puderes ouvir-me?
Serei prisioneira, carcereira do meu próprio sonho.