10- Amor (Olhos).
Que há dos olhos? Destes olhares tão profundos,
ultrapassando o que é matéria.
(vislumbrando num instante um mundo além de mundo).
Novos e antigos, lá dos olhos se constitui amor (olhos além de olhos).
Os passos não tão firmes marcam o ritmo lento, passadas desajeitadas em busca do firmamento. (já a muito nem pegadas).
Que há dos olhos? Que sempre-sempre chegam antes, nunca junto.
Há que ver mistério, desvendando aos poucos minucias e gestos, de um presente amor, pulsante-sereno, austero-lúcido (translucido).
Há quem se atreve a ver com a ponta dos dedos, enxergando com clareza o que teus olhos já não podem. (é que o amor enxerga tudo).
E quando as pálpebras exaustas se entregam, dois lábios se tocam (para ver o amor além dos olhos).